Resenha: Dançando sobre cacos de vidro

2 comentário(s)

“Nesse momento estávamos descalços e dançando sobre um mar de cacos de vidro. Por mais verdadeiro que isso fosse, porém, Mickey sabia que eu dançaria com ele para sempre se pudesse, mesmo que meus pés sangrassem”.

A melhor resenha para este livro seria: pare tudo o que você está fazendo agora e corra ler!
Quase me faltam palavras para expressar a emoção que a leitura de Dançando sobre cacos de vidro transmite. Uma história pura e tocante, um dos livros mais lindos já escritos sobre o amor.
Lucy e suas irmãs tiveram uma infância e uma adolescência difíceis. Perderam o pai muito cedo, vítima de um acidente, e, anos mais tarde, a mãe, vítima de câncer.
Com um histórico agressivo de câncer na família, as chances de Lucy não são boas e, vivendo a vida como se estivesse sempre dançando sobre cacos de vidro, ela passa os dias com dificuldades.
Dificuldades que ao mesmo tempo em que são suavizadas, são também intensificadas, quando ela se apaixona por Mickey.
O rapaz também tem uma história triste, tendo perdido a mãe para o transtorno bipolar, e agora convivendo com o mesmo mal, tentando compreender como sua mente funcionava desde muito novo.
O romance entre os dois se desenrola, levando ao casamento. Sempre românticos e melosos, ambos são também levados a compreenderem e aceitarem um ao outro e a si mesmos, lidando com o câncer e o transtorno bipolar e os desafios de um casamento tão delicado e arriscado.
A narrativa e o seu tempo são alternados, mesclando não apenas as vozes da narração como o tempo em que as cenas ocorrem, o que faz com a leitura ganhe um excelente ritmo e prenda do início ao fim, tornando-se sempre leve e fluida.
A autora, que teve este livro como sua estreia literária, provou-se excelente na construção dos personagens, de suas personalidades, seus sentimentos, medos e também dos relacionamentos entre eles. Ela soube colocar drama e romance na medida certa para criar uma obra memorável e respeitável. Mas não se esqueça de ler com lencinhos à mão, porque as lágrimas são inevitáveis.
Há também, na obra, um bom destaque para a bipolaridade, levando nós, leitores, a conhecermos melhor o transtorno e as dificuldades de quem o possui. Eu amei Mickey e suas facetas e amei Lucy, bem como o amor que eles sentem um pelo outro, que é maior que qualquer transtorno, doença, fatalidade, dificuldade, ou mesmo maior que qualquer uma das peças que o destino tentou lhes pregar. Muitas lições ficam ao final do livro e, mesmo que o amor não cure tudo, ele certamente dá um propósito para todas as nossas danças.

Trecho: “O ano em que me apaixonei por Mickey não foi como os romances que a maioria das garotas costuma fantasiar. No meio das dificuldades, às vezes eu dava um passo atrás para tentar me analisar (...). Minha única certeza era a de estar me apaixonando por um homem que, aos 11 anos, concluíra que era diferente do restante do mundo. Um homem que crescera com medo do modo como sua mente funcionava. Eu estava me apaixonando por um homem que se esforçava ao máximo para me fazer entender quanto ele se sentia imortal às vezes e quão expansivo, autoritário e egoísta também podia ser. Ocasionalmente isso me assustava, mas então Mickey me oferecia uma saída” (Pág. 88).

Informações:
Título: Dançando sobre cacos de vidro
Autora: Ka Hancock
Gênero: Drama
Editora: Arqueiro
Páginas: 336

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Agradecimentos à editora Arqueiro, por ceder o livro para o blog. Saiba mais sobre ele clicando aqui.


2 comentários:

Adriana T disse...

Parece ser bom mesmo! Vou colocar na lista, embora no momento eu esteja fugindo um pouco de leituras que mexam muito com meu emocional.
Garota Eclética

Fabiane Ribeiro disse...

Oi Adriana!
Obrigada pela visita.
Esse livro mexe bastante com o emocional da gente, com certeza. Espere o momento certo e dê uma chance a ele, tenho certeza de que vai amar!
Beijos

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