“Mais
manchas rosadas na neve. Não faltava muito agora, eu sabia”.
Quem gosta de um bom suspense e de literatura
policial, mas ainda não conhece o trabalho da autora Lisa Gardner, está
perdendo tempo.
Sangue na
Neve é o segundo livro que leio da autora em questão, e, em minha humilde
opinião, ela se superou desta vez!
O romance anterior que eu havia lido, Viva para contar, possuía todas as
características de um bom suspense, além de personagens fortes e uma escrita
rica e detalhada. Porém, a história não havia me agradado completamente, devido
ao forte teor de suas cenas. Eu tinha certeza que era apenas uma questão de
encontrar a trama certa criada por Lisa Gardner, para que eu virasse sua fã. A
escrita eu sempre soube que ela tinha, faltava me fisgar de vez com a
narrativa.
Se em Viva
para Contar a autora pesa a mão e nos causa arrepios em cenas extremamente
fortes (até mesmo para os fãs de literatura policial, como eu), em Sangue na Neve isso não acontece. O
drama é mesclado com maestria a cenas de violência na medida necessária ao
desenvolvimento da narrativa. E tudo isso aliado a detalhes técnicos sobre
investigação criminal, que enriquecem a obra, tornando-a um trabalho primoroso.
E assim, eu e a detetive D.D. Warren nos encontramos
mais uma vez.
A personagem continua forte e bem construída,
trabalhando ao lado de outro personagem que adoro, Bobby Dodge. Contudo, ela
demonstra mais seu lado vulnerável desta vez, tornando-se ainda mais atrativa
aos meus olhos de leitora.
O crime, em torna do qual gira toda a trama de Sangue na Neve, é o assassinato do
marido de uma policial do estado, juntamente do desaparecimento da filha da
mesma (uma garotinha de seis anos). A policial, Tessa Leoni, é uma das
personagens mais importantes da história, chegando a narrar quase metade do
livro em primeira pessoa, dando ênfase à sua vida familiar e profissional, e
conduzindo o leitor ao momento trágico em que ela perdeu o marido e,
possivelmente, a filha.
Capítulos alternados, desta vez em terceira pessoa,
mostram D.D., Bobby e sua equipe investigando o caso e lutando contra o tempo
para encontrar a filha de Tessa, que pode estar tanto viva quanto morta.
O final é bem construído e passa por reviravoltas que
marcam a vida da policial Tessa, incluindo um triste acontecimento uma década
atrás, e o livro não decepciona ou perde o ritmo em nenhum momento.
E é essa a palavra chave da narrativa de Gardner.
Ritmo. Você não vê as mais de 400 páginas passarem. Além disso, a força da
narrativa está, acima de tudo, na força dos próprios personagens construídos.
Pessoas comuns que veem suas vidas serem sugadas pela tragédia. Como você
agiria? O que você responderia se lhe fosse feita a seguinte pergunta: Quem
você ama mais?
Trecho: “D.D. voltou para o seu carro. Ficou ali sozinha, encolhida por causa
do frio e de sua sensação de ruína iminente. Nuvens cinza-escuras reuniam-se no
horizonte. Está vindo neve, ela pensou, e desejou novamente que nenhum deles
estivesse ali” (Pág. 287).
Informações:
Título: Sangue na Neve
Autora: Lisa Gardner
Gênero: Suspense, romance policial.
Editora: Novo Conceito
Páginas: 416
Borboletas azuis:
Agradecimentos à editora Novo Conceito, por ceder o livro para o blog. Saiba mais sobre ele clicando aqui.
2 comentários:
Oi Fabiane, acabei de ler ontem e nem preparei minha resenha ainda. Você falou tudo, a Lisa se superou neste livro em comparação ao Viva para Contar que já era ótimo.
Bjs, Rose.
Oi Rose!
Que bom que também gostou da leitura. Eu não vejo a hora de ler outro livro da Lisa rsrs.
Beijoss,
Fabi
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