É um desafio resenhar uma obra clássica. Sendo clássica e de
autoria de Jane Austen, o desafio é
ainda maior.
Orgulho e Preconceito
é a obra mais prestigiada mundialmente da autora, tendo sido publicada
originalmente em 1813, já teve diversas adaptações televisivas e
cinematográficas.
E todo prestígio é merecido.
Na obra somos apresentados à Inglaterra do século XIX, seus
costumes e defeitos.
Mais do que os próprios personagens (que são todos bem
construídos e caracterizados), o ponto alto da história é fazer o leitor viajar
por uma época antiga e diferente. Aliás, esta última palavra pode ser
repensada. Talvez, a época seja outra, mas os erros e ambições muito
semelhantes aos atuais.
A família Bennet é composta por uma mãe, que faz de tudo
para arranjar um bom casamento às filhas, cinco moças; um pai mais centrado e
observador, sendo que as conversas entre ele e a mulher são extremamente
engraçadas, uma vez que, com sinceridade, ele reconhece o quanto todas elas são
bobas.
“A vasta fortuna do sr.
Bingley, cuja menção era a alegria da mãe, tornava-se insignificante aos olhos
delas, em comparação com o uniforme de um alferes.
Certa manhã, depois de
ouvi-las discutir efusivamente o assunto, o sr. Bennet observou friamente:
— Pelo que posso deduzir do modo de falarem,
vocês devem ser duas das meninas mais tolas da região. Há algum tempo venho
suspeitando disso, agora tenho certeza.
— Estou pasma, querido – disse a sra. Bennet –,
de ver que você não hesita em chamar de tolas suas próprias filhas [...].
— Se minhas filhas são energúmenas, espero pelo
menos estar sempre ciente do fato.
— Sim... mas acontece que todas elas são muito
inteligentes [...].
— Tenho que discordar de você nesse ponto, pois
acho que as nossas duas filhas mais moças são incrivelmente bobas”(pág.
29).
Como pode ser observado, os diálogos são ricos e bem construídos;
o linguajar é fácil e carismático, prendendo do início ao fim. E, mais uma vez,
vale ressaltar os personagens, que são extremamente bem definidos durante toda
a narrativa.
As duas filhas mais velhas, Elizabeth e Jane são as mais
importantes na história, sendo que a primeira assume o posto de protagonista.
A luta desesperada, cômica e exagerada da mãe por vê-las
casadas tem seu auge logo nos primeiros capítulos quando o riquíssimo sr.
Bingley muda-se para a propriedade vizinha e, logo no primeiro baile, demonstra
interesse por Jane.
Artimanhas e intrigas acabam por separá-los na história,
embora o amor de ambos continue a crescer. Jane sempre tem Elizabeth como sua
confidente e encorajadora.
Quanto a ela, a própria protagonista da trama, justifica-se
o título do livro. Acontece que o Sr. Bingley traz junto de si, ao mudar-se
para a vizinhança, um fiel amigo, enigmático e antipático. O orgulho em pessoa.
Trata-se do Sr. Darcy, que é imediatamente julgado de forma
negativa por todos da região, apesar de ser também extremamente rico; e, ainda
mais por Elizabeth. Já que, no primeiro baile, ela o ouve dizendo que ela não é
bonita o bastante para dançar com ele.
O orgulho e o preconceito são definidos logo no início
da trama e, aos poucos, vamos descobrindo que as primeiras impressões não são
as que ficam (aliás, “Primeiras impressões” foi o primeiro título que a autora
deu a esta obra).
Porém, nem tudo gira em torno dos dois casais principais.
Temos ainda tramas paralelas e personagens secundários que
acabam desempenhando papel significativo para enriquecer a narrativa.
Se o livro é aclamado pelo mundo todo, dou razão aos que o
aclamam.
Ele é maravilhoso de ser lido nos dias atuais, sendo uma
verdadeira viagem no tempo e nos costumes e fazendo-nos crer que aqueles
personagens e seus dramas são reais. Porém, na época em que foi publicado, foi
realmente digno de uma revolução literária. Sua linguagem, suas críticas, tudo demonstra
o quão inteligente e ousada Jane Austen
foi, ao mostrar as sujidades e, ao mesmo tempo, os sentimentos verdadeiros, que
moldaram o seu tempo.
“— Um excelente consolo,
lá à sua maneira – disse Elizabeth – mas não funciona conosco. Não sofremos por
acaso. Não acontece sempre de a interferência de amigos convencer um rapaz
independente quanto à fortuna a não mais pensar numa moça por quem ele estava
violentamente apaixonado alguns dias antes.
— Mas a expressão ‘violentamente
apaixonado’ é tão banal, tão duvidosa, tão indefinida, que não me sugere muita
coisa. Aplica-se tanto a sentimentos que surgem de um conhecimento de meia
hora, quanto a uma afeição real e intensa. Por favor, qual é o grau de ‘violência’
do amor do Sr. Bingley?”(Pág. 114).
Um livro para ser lido e apreciado por sucessivas gerações.
Após terminar a leitura, imediatamente assisti à última
adaptação cinematográfica produzida, lançada no ano de 2005, com Keira
Knightley no papel de Elizabeth Bennet. E posso garantir que, apesar de ter os
problemas que todas as adaptações a partir de obras literárias têm, o filme
segue a caracterização dos personagens e preserva a história original o máximo
possível, sendo uma boa dica.
Informações:
Título: Orgulho e Preconceito
Autora: Jane Austen
Gênero: Romance, ficção
inglesa
Editora: Martin Claret
Páginas: 320
Borboletas azuis
Agradecimentos à editora Martin Claret, por ceder o livro para o blog.
16 comentários:
Olá!
Este livro está na minha listinha.Já assisti o filme e gostei muito e com certeza vou amar o livro.
Abraços e parabéns pelo blog.
Esse é o meu livro favorito na face da Terra!! É simplesmente lindoo e o melhor livro da Jane Austen!!
Oi meninas!
Obrigada pela visita!!
Janaina, espero que tenha a oportunidade. A história, como vc viu pelo filme, é fantástica, mas nada como ler a narrativa de Jane Austen! Acredito que vc irá amar mesmo!
Carolina, é um dos meus favoritos também!
Beijos!!!
Nossa li esse livro ja tem um tempao na escola e lembro que gostei , lendo a resenha me deu vontade de ler de novo rs , o filme eu assisti e gostei tb acho lindo esses filmes de epoca assim ,todo mundo á mais romantico ,as coisas(ou pessoas ) nao eram tao faceis como hoje .
Adorei a resenha bjus Mih
Oii Michele!
Leia de novo sim, acho que vc vai analisá-lo de forma diferente agora.
Eu também adoro filmes de época... Esse, assim como Razão e Sensibilidade, são demais!
Um beijo!
Um dos meus livros preferidos. Amo orgulho e preconceito, amo a Lizzy! Adorei a resenha, também resenhei o livro em meu blog!
Beijos!
Camila - Meu Livro Cor-de-Rosa
http://meulivrocorderosa.blogspot.com.br/
Eu adoro esse livro, aliás adoro Jane Austen e livros clássicos de um modo geral. E é verdade que a versão cinematográfica é bem fiel ao livro, uma ótima dica de adaptação para o cinema que respeita a obra literária.
Olá Camila e Cris,
obrigada pelos comentários.
Eu tbm amo o livro, a Lizzy e o filme! hehe
Um grande beijo,
Fabi
Ainda não li o livro, mas o filme sim assiti, e fiquei super ansiosa pra ter o livro em mãos, vou aproveitar que chegou na biblioteca da escola e vou dar uma "raptada" nele! rss
Queria tanto ver o filme, depois de ler o livro, mas acho tão raro livros da Jane...
O que mais gosto é Persuasão, os trechos que vejo são totalmente inspiradores.
Enfim, a capa está linda, com a nova edição da Martin Claret, talvez eu consiga nesta Bienal (:
Beijos
Esse livro é M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O-!
Fico triste por não tê-lo lido antes, e assim como você, quando terminei de ler corri para ver o filme e me apaixonei ainda mais *---*
Sua resenha é apaixonante e conseguiu passar tudo o que senti ao ler o livro >.<
Nossa quero muito ler este livro, a resenha ta linda..
Beijokas!
Ainda não li o livro, mas já assisti o filme várias vezes. Adoro!
O filme é muito bom! Poderia fazer resenha do livro "Emma" da Jane Austen também!
Orgulho e Preconceito, é totalmente um clássico, já vi o filme umas 120 vezes e mesmo assim, não consigo deixar de gostar, o mais legal do livro é que mesmo sendo clássico não é um livro chato a leitura e fluente e quando você ve já acabou de ler
Eu assisti ao filme e já li há muito tempo o livro. quero ler novamente, pois trata-se de um clássico. Gostei muito da resenha.
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