“As emoções
são tão fugazes quanto as noites serenas”
Quando eu solicitei à Editora Arqueiro o livro Querida Sue para ser uma das minhas
resenhas do mês, jamais imaginei que me depararia com um dos livros mais lindos
que já li.
Um romance contado através de cartas ao longo de
décadas, e que precisa enfrentar não apenas o tempo, como também a distância, a
sociedade e outros desafios.
Como já dito, a narrativa toda acontece por meio de
cartas e, em poucos casos, por meio de telegramas que os personagens trocam.
Começamos com a primeira carta enviada para Elspeth,
uma poetiza que vive na Ilha de Skye, na Escócia, vinda de David, um jovem
norte-americano, que se tornou fã da escritora após ler seus poemas. Animada ao
receber a carta de um fã, ainda mais de uma terra longínqua, Elspeth responde
prontamente e, de forma descontraída, eles começam a trocar cartas sem nem
mesmo se darem conta.
É nítido que há uma curiosidade e um encantamento
entre eles logo nas primeiras correspondências que trocam, porém, vão se
tornando cada vez mais íntimos com o passar do tempo, e começam a trocar confidências
e a revelarem segredos de seus corações que jamais haviam revelado a ninguém.
Mesmo que um oceano esteja entre eles.
As primeiras comunicações trocadas por David e Elspeth
acontecem antes do início da Primeira Guerra Mundial. E, com o tempo, essa
Guerra acaba sendo um fator decisivo tanto na aproximação ainda mais intensa
quanto nas dificuldades que o casal passa a enfrentar.
Paralelamente, em capítulos alternados, vemos também
os desdobramentos da vida de Elspeth anos mais tarde, agora durante a Segunda
Grande Guerra. Já não vivendo mais na Ilha de Skye, e tendo apenas a companhia
da filha Margaret, restam grandes mistérios do que aconteceu em sua vida no
período entre as guerras. O destino de David e como suas vidas se separaram vai
sendo destrinchado ao longo das cartas, ao mesmo tempo em que voltamos ao
passado e conhecemos tudo sobre o romance que viveram.
Na década de 40, quando um ataque destrói a parede do
cômodo em que Elspeth estava com a filha, todas as cartas que a poetiza
guardara de David são espalhadas, o que faz com que Margaret questione a mãe
sobre seu passado e acabe entrando em uma investigação por meio de cartas para
saber o que aconteceu com o norte-americano e por que eles haviam se separado.
O livro possui inúmeras passagens emocionantes,
românticas e divertidas, e ainda nos mostra pinceladas dos horrores que se
passaram nos períodos de guerra. O grande charme, sem dúvidas, é a narrativa
por meio de cartas, que torna a leitura bastante inusitada e dinâmica. A autora
ainda soube trabalhar bem com as mudanças da voz narrativa dos textos e com as
alternâncias de tempo que ocorrem entre os capítulos. Durante a leitura nada
fica confuso.
Os personagens são muito bem desenvolvidos, é quase
como se as cartas que eles trocam fossem reais. E a história em si é de uma
beleza delicada e singular, muito bem construída e com reviravoltas que nos
prendem o tempo todo.
Os cenários da Europa, e sobretudo da Ilha de Skye, a
forma como David e Elspeth – sua Sue –
viveram seu romance, com encontros e desencontros, e a forma como tudo se une
em um final maravilhoso, não sairão da minha memória tão cedo.
Trecho: “Querida
Sue, estou com a sua foto escorada num apoio em cima da escrivaninha, enquanto
escrevo esta carta e tento imaginar você ao lê-la quando ela chegar. A sua
descrição não lhe fez justiça. Acho que não preciso dizer quanto você me parece
encantadora. Mas, agora que vi sua fotografia, entendo por que seu pai achou
que você parecia uma fada adormecida no jardim” (Pág. 92).
Informações:
Título: Querida Sue
Autora: Jessica
Brockmole
Gênero: Romance, Drama
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
Borboletas azuis:
Agradecimentos à editora Arqueiro, por ceder o livro para o blog. Saiba mais sobre ele clicando aqui.
3 comentários:
Nossa, gamei só de ler essa resenha... com certeza vou ler o livro, romance histórico em tempos de guerra, tudo de bom *___*
Gostei muito da resenha, me deixou curiosa. Gosto muito de livros onde a estória é narrada através de cartas e este parece ser muito bom, com uma estória linda. Parece ser mesmo um romance cativante, fiquei com vontade de ler também. :)
beijos
Oi meninas!
Obrigada pela visita. Amei saber que gostaram da resenha e que pretendem conferir o livro, ele é realmente lindo!
Um beijo
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