“Um
lugar onde você pode ser outra pessoa”.
*(Esta resenha contém spoilers leves sobre o primeiro livro da série. Para conferir a resenha do mesmo clique aqui)*
Eu queria ter gostado mais de Enders do que de fato gostei. Gostaria de ter ficado animada, assim
como fiquei quando li o primeiro volume da série, Starters.
Não sei se em todos esses meses que se passaram entre
o lançamento dos dois títulos eu mudei meu gosto, me tornei mais exigente ou se
este não era o momento certo para eu embarcar novamente na história de Callie.
Ou, talvez, o livro seja realmente inferior ao seu antecessor, assim como o
considero. Mas a verdade é que nada funcionou muito bem pra mim em Enders.
A história continua sendo boa, porém, o desenrolar
perdeu o brilho, o que o torna, em minha opinião, um livro mediano (e o
primeiro foi excelente!).
Callie está agora na mansão que recebeu no primeiro
livro, vivendo com o irmão. Mas a tranquilidade é apenas aparente. A Prime
Destinations, empresa que alugava os corpos dos starters, está destruída, mas a
guerra contra o Velho ainda não chegou ao fim.
O vilão deixa bem claro no início do livro que não
está pra brincadeira, através de atos terríveis que faz Callie presenciar e de ameaças
que lhe faz, conversando com ela dentro de sua mente. Tudo isso é possível,
pois há agora uma nova classe de starters, os Metais. Aqueles que possuíam os
chips, que tiveram seus corpos alugados pela Prime, tornaram-se uma arma
facilmente manipulável pelo Velho. Ele e seus comparsas podem entrar no corpo
dos Metais e controlá-los para seus próprios fins, o que faz com que ninguém
seja confiável, pois você nem mesmo tem certeza de com quem está falando. Além
disso, esses chips podem ser explodidos, matando não apenas o starter, mas
ferindo tudo e todos que estiverem ao seu redor.
A premissa é bem interessante, assim como o controle
das mentes que o Velho agora possui, porém, faltou brilho na execução da trama
como um todo.
O final é interessante, mas a tentativa de triângulo
amoroso que houve na trama foi um pouco falha também (infelizmente, para evitar
spoilers, não poderei falar mais sobre o assunto, mas quem ler o livro
entenderá meu desapontamento).
Com todo o desespero para que seu chip seja removido,
Callie faz aliança com um novo personagem, Hyden, que tem muitas informações a
respeito do Velho e dos chips, e é muito importante para a trama. Juntos, eles
buscam outros Metais e levam-nos para um refúgio que parecia ser seguro.
O livro, claro, tem seus méritos. Uma narrativa
bastante ágil, uma linguagem direcionada ao seu público alvo (jovem adulto) e
personagens interessantes, assim como uma premissa bem cativante. As falhas na
execução e no brilho da trama não devem impedir ninguém de conferir a
continuação de Starters, que mesmo se
encerrando de forma fraca, continua sendo uma boa série como um todo.
Trecho: “Um
Ender nos trouxe chocolate quente e sanduíche. Chocolate quente? Eu estava
muito confusa. Éramos prisioneiros ou cobaias? Será que conseguiríamos o que
mais queríamos, ou seja, a remoção dos chips? E se isso acontecesse, eles não
precisariam mais de nós. Talvez fôssemos idiotas por pensar que eles nos
deixariam ir embora” (Pág. 202).
Informações:
Título: Enders
Autora: Lissa Price
Gênero: Distopia
Editora: Novo
Conceito
Páginas: 285
Borboletas azuis:
Agradecimentos à editora Novo Conceito, por ceder o livro para o blog. Saiba mais sobre ele clicando aqui.
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