Resenha: Não brinque com fogo

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“Estamos em guerra, detetive. Em guerra com criaturas que não têm nossa capacidade de discernir o certo do errado. Se não as pegarmos, elas nos pegarão” (Pág. 84).

John Verdon se tornou um de meus autores favoritos. Suas tramas dinâmicas e bem pensadas, aliadas a personagens fortes e carismáticos fazem com que seus livros sejam sempre leituras agradáveis e de tirar o fôlego.
Ele já havia me surpreendido em seus dois títulos anteriores: Eu sei o que você está pensando (resenha aqui) e Feche bem os olhos (resenha).
Entretanto, desta vez ele se superou, com o excelente Não brinque com fogo.
Não é necessário ter lido os livros anteriores para apreciar a trama, porém, é recomendado, pois a série toda vale a pena, e, assim, nada será perdido das aventuras do detetive aposentado Dave Gurney.
Como sempre, ele está em sua casa no campo, junto da esposa, levando a vida pacata de aposentado e tentando se recuperar do que viveu no final do livro anterior (Feche bem os olhos). Mas esse quadro dura pouco tempo, pois logo Dave é trazido para o meio de um caso cada vez mais complexo.
Uma colega jornalista, que há alguns anos publicara uma matéria elogiosa ao respeito do trabalho de Dave, entra em contato com ele, pedindo que ajude como consultor no trabalho que sua filha, estudante de jornalismo, está desenvolvendo.
A jovem Kim teve sua ideia comprada por uma emissora de TV e agora está trabalhando em um programa que entrevistará e mostrará como estão as vidas dos familiares de pessoas que foram vítimas do Bom Pastor: um serial killer que agiu dez anos atrás, fez seis vítimas fatais e nunca foi pego pelas autoridades.
Conforme acompanha Kim em suas visitas aos familiares das vítimas, Dave acaba sendo vítima, assim como a própria jovem, de acontecimentos sinistros, que parecem ter cada vez mais a ver com o programa que irá ao ar.
Assim, a família do detetive aposentado e a jovem passam a correr grande perigo e a ter suas vidas vigiadas por algum maníaco, que desperta da escuridão onde esteve nos últimos dez anos, voltando a assombrar a comunidade.
Dave tem que mostrar mais uma vez suas habilidades brilhantes de investigador e arriscar a própria vida para solucionar todos os mistérios desse caso e salvar as vidas que estão em risco.
O livro é um suspense perfeito, e quem gosta do gênero não pode deixar de conferir. Quando vai chegando o clímax e o confronto final, confesso que fiquei nervosa e agitada, querendo saber logo o desfecho da trama e como Gurney conseguiria lidar com tudo aquilo. E as respostas finais foram satisfatórias para uma trama tão bem construída. Mal posso esperar pelo próximo caso com que o detetive aposentado irá se envolver.

Trecho: “Fazia sentido que no decorrer dos anos o caso tivesse se tornado um dos prediletos nas aulas de psicologia e criminologia. Os professores gostavam de apresentá-lo porque ele levantava os argumentos que queriam demonstrar com relação a um determinado tipo de assassino, e – algo raro nas ciências sociais – faziam isso sem criar qualquer ambiguidade. Já os alunos apreciavam ouvir sobre ele porque, como muitos horrores simples, tinha um fator grotesco que era fascinante. Até o assassino fugindo na noite se tornava um dado atraente – conferindo ao caso uma característica de ainda em aberto que tinha um apelo excitante. Ao fechar a pasta, pensando no poder visceral da narrativa, Gurney percebeu que seus sentimentos estavam confusos” (Pág. 59).


Informações:
Título: Não brinque com fogo
Autor: John Verdon
Gênero: Suspense
Editora: Arqueiro
Páginas: 400

Borboletas azuis:



Agradecimentos à editora Arqueiro, por ceder o livro para o blog. Saiba mais sobre ele clicando aqui.

1 comentários:

Eloaraa disse...

Nunca li nada desse autor. Não gostei muito dessa capa, mas a premissa pareceu interessante. Também adoro suspense, vou conferir. Valeu a dika.

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