“Ele não aguenta mais essa incompetência, essa estupidez, essa quase captura tão recorrente de Wisteria Allgood e do Dom muito, muito poderoso que ela possui” (Pág. 26).
*Esta resenha é livre de spoilers sobre qualquer livro da série (tudo que é citado sobre o livro anterior é bem abrangente, para não estragar a leitura de ninguém).
Wisty e Whit, os irmãos bruxos que conhecemos no primeiro volume da série Bruxos e Bruxas, andaram, andaram, nadaram, voaram (literalmente), mas mal saíram do lugar.
Isso resume o segundo volume, O Dom.
Aqui, continuamos com a leitura despretensiosa, feita para entreter mesmo, a linguagem jovem, a narrativa rápida e os capítulos extremamente curtos (com a narrativa em primeira pessoa alternada entre os irmãos). Tudo de que eu havia gostado em Bruxos e Bruxas (embora não tivesse amado) está de volta, mas, infelizmente, fiquei com a impressão de que na continuação temos apenas mais do mesmo.
E numa série, não fazer a trama se desenvolver ou apresentar crescimento algum não é uma coisa boa. Aliás, mais do mesmo nunca é bom, porque fica a sensação terrível da perda de tempo. Eu gosto bastante do trabalho de James Patterson (um dos autores mais lidos do mundo, diga-se de passagem) em algumas de suas séries de suspense e em seus romances, então, esperava mais deste segundo volume da série de distopia e fantasia juvenil do autor.
Não é que eu ache que a série em si seja uma perda de tempo, pelo contrário, eu simpatizo com alguns personagens e acho que há quem goste de livros mais rápidos e com linguajar bem jovem, entretanto, não há como deixar de notar que ao final de O Dom pouca coisa mudou efetivamente desde o final do livro anterior.
Whit e Wisty são dois irmãos adolescentes que descobriram terem poderes mágicos, e, além de estarem separados dos pais, passam a ser perseguidos pela Nova Ordem, o novo governo autoritário que se apossou de quase toda a terra (incluindo algumas outras dimensões), e que bane qualquer forma de diversão, expressão e arte, aprisiona jovens e busca por aqueles que possuem talentos especiais, assim como os irmãos protagonistas da trama.
Eles conhecem outros jovens, fazem parte de um grupo de resistência, e possuem cenas de luta e fuga contra oficiais da Nova Ordem e também contra o grande chefe, O Único Que É O Único. Ah, eles também buscam pelos pais e têm de aprender mais sobre os próprios poderes. Bem, isso tudo acontece no primeiro volume, e se repete no segundo, com algumas diferenças de cenário, alguns personagens novos... e um pouco de “algo semelhante a zumbis”, só pra variar.
Wisty também passa a conhecer outros talentos que possui (estamos falando de música), e isso a faz conhecer um garoto. Mas também não espere por romance em O Dom.
Referindo-se ao título, é bom salientar que a diferença entre o primeiro e o segundo volumes é que agora Wisty fica definitivamente mais importante que seu irmão, pois, aparentemente ela possui um Dom muito especial, que faz com que O Único queira capturá-la desesperadamente (embora, pra ser sincera, eu não chamaria isso de avanço na narrativa tampouco, e nem de novidade).
Os personagens são carismáticos. A leitura passa muito rápido. A linguagem utilizada, repleta de gírias, numa tentativa extrema de soar “descolada” pode agradar aos mais jovens, que, afinal de contas, são o público alvo da obra. Não considero O Dom um livro ruim. Apenas o considero fraco e sem grandes novidades. A leitura do primeiro volume da série basta para sabermos tudo o que se passa com os irmãos Allgood, além de ser mais divertida. Resta saber se o terceiro volume irá corrigir os erros do segundo e se a série, como um todo, valerá a pena.
Trecho: “Num piscar de olhos, como uma praga de gafanhotos cobrindo a terra, milhares de soldados e policiais da Nova Ordem aparecem no topo do morro e vêm correndo até nós. Nos viramos para o outro lado, e vemos mais hordas de soldados vindo da água. Esse muro de maldade é impenetrável. Finalmente, O Único se dirige a nós de novo: – Essa história tem uma moral – ele afirma. – Muito se espera daqueles que recebem Dons. Pensem nisso lá na Terra das Sombras, bruxa e bruxo” (Pág. 270).
Informações:
Título: O Dom (Bruxos e Bruxas – volume 2)
Autores: James Patterson e Ned Rust
Gênero: Fantasia, Distopia
Editora: Novo Conceito
Páginas: 288
Borboletas azuis:
Agradecimentos à editora Novo Conceito, por ceder o livro para o blog. Saiba mais sobre ele clicando aqui.
3 comentários:
Eu tenho Bruxos e bruxas mas ainda não li e não estou muito animada com essa trilogia, eu ganhei o primeiro livro mas pelo que tenho lido é uma história vazia, e ddepois da sua resenha eu desanimei mais ainda, parece pura perda de tempo.
estou louca por esse livro, e com sua resenha fiquei mais ansiosa
Postar um comentário