Entrevista Internacional - escritor português Pedro Silva

8 comentário(s)
Entrevistado: Com mais de cinquenta livros publicados, em países tão díspares quanto Portugal, Brasil, Espanha ou Chile, o autor português Pedro Silva (1977) tem, igualmente, produzido títulos em diversas áreas temáticas, tais como o ensaio histórico, a ficção, o roteiro turístico ou mesmo os contos. Além disso, o escritor, tem se dedicado igualmente a colaborar com diversos jornais portugueses, assim como revistas em Portugal e no Brasil, tais como “História Viva”, “Desvendando a História” ou “Aventuras na História”. Foi ainda Editor de Edições Série B (Portugal).


(Vale lembrar que as respostas estão escritas segundo a língua portuguesa de Portugal, mas  as diferenças são mínimas e interessantes). 

Entrevista

1.  Pedro Silva, é um grande prazer realizar esta entrevista com um colega escritor de Portugal. Comece contando um pouco de sua vasta carreira literária.
Resposta: Bem, a minha carreira literária propriamente dita começou em 2000, pelo que tenho, actualmente, 12 anos de actividade (ou seja, de publicação de livros). Mas tudo começou aos 5 anos quando decidi que queria ser escritor. Tenho 56 livros publicados, a maioria no Brasil, país que muito estimo. Diversifico-me entre a redacção de livros, a colaboração para revistas e jornais e a participação em alguns projectos editoriais.

2.   Você tem muitos projetos e trabalhos literários. Qual foi, inicialmente, sua motivação para seguir tal carreira?
Resposta: Como referi na pergunta anterior, desde muito cedo que quis ser escritor. A motivação é simples: sempre fui muito tímido. Preferia ficar em casa a ler e a escrever do que a brincar na rua com os meus amigos. Daí ao interesse em seguir a carreira literária foi um passo, sobretudo porque comecei a perceber que as pessoas apreciavam aquilo que eu escrevia. Isto sem deixar de referir que escrever me dava imenso deleite pessoal.

3.   Conte-nos um pouco sobre alguma obra de ficção lançado no Brasil de sua autoria.
Resposta: No Brasil tenho publicado, sobretudo, ensaio histórico. Ainda assim, tenho um romance histórico publicado na editora Letras e Magia (Rio de Janeiro) intitulado “Baphomet (um enigma templário)”. Neste caso, a obra centra-se na pesquisa de um historiador em busca de indícios da existência desse ícone, o mítico Baphomet. É uma obra de pequenas dimensões, criada especialmente para ser uma introdução à leitura de romances históricos.

4.   Tendo mais de cinquenta livros publicados, conte-nos qual sua expectativa quanto à sua carreira nos próximos anos. Muitos projetos?
Resposta: Neste momento (2012) não tenho, de facto e por opção pessoal, muitos projectos. Nos últimos anos a intensidade de redacção e publicação (por vezes, mais de 10 obras por ano) levou-me a enfrentar uma espécie de “esgotamento” literário. Assim, desde finais de 2010 que decidi colocar um travão no ritmo avassalador que enfrentava. Ainda assim, tenho sempre em mente novas ideias e novos projectos – à partida deverei lançar um novo livro em Espanha (a continuação de uma colecção de Mitos e Mistérios), e tenho em mente a redacção de uma obra no campo do ensaio histórico para a qual tenho vindo a fazer pesquisa nos últimos dois anos.

5.   Com qual gênero você mais se identifica? Qual prefere escrever e qual jamais escreveria?
Resposta: Sem dúvida que o género literário que mais se identifica comigo é o ensaio histórico. É nessa escrita onde me sinto mais realizado, em termos pessoais e profissionais. Agora, o género que jamais conseguirei escrever é a poesia – não porque não aprecie (aliás, adoraria conseguir escrever poesia) – por falta de capacidade intrínseca pessoal para o género.

6.   Como é o mercado editorial em Portugal?
Resposta: O mercado editorial no meu país tem vindo a sofrer, nos últimos tempos, os efeitos nefastos da crise económica que assola a Europa. Isso leva a uma retracção no número de títulos. Ao mesmo tempo, os consumidores – que vêm o livro como bem supérfluo – naturalmente mais preocupados com o seu quotidiano compram menos livros e isso acaba por influir também na vida de um escritor (que necessita dos direitos autorais para sobreviver).

7.   Qual o maior desafio que você já encontrou em sua carreira?
Resposta: Pessoalmente, o maior desafio é precisamente o desinteresse, da parte das pessoas, pelo escritor e pelas suas obras. Se fosse uma actividade mais mediática, os escritores teriam, sem dúvida, lugar de destaque na imprensa e na vida das pessoas. Mas a literatura ainda continua a ser tida como algo “maçador” e demasiado afastado do quotidiano do cidadão comum. Isso entristece-me, porque, apesar de apreciar ler e escrever, isso não me inibe de ter disponibilidade temporal para ver futebol, assistir a um filme ou ver um concerto musical. Ou seja, não é impossível conciliar as coisas. Porque razão, então, o cidadão comum, para além do futebol, da novela e da balada, não arranja lugar para a leitura no seu dia-a-dia? É uma dúvida que me martiriza, por não conseguir encontrar resposta plausível.

8.   Quais seus autores preferidos? (cite, pelo menos, um português e um brasileiro)
Resposta: Em termos de Brasil, tenho uma preferência por Rubem Fonseca (que, recentemente, esteve em Portugal). No panorama literário do meu país, a minha opção será por Lídia Jorge. Em termos gerais, aprecio Franz Kafka e Sue Townsend.

9.   Você já esteve no Brasil? Se não, que parte de nossas terras mais gostaria de conhecer?
Resposta: Infelizmente, ainda não tive o prazer de visitar o seu belo país. Mas isso não me inibe a estar constantemente a tentar actualizar-me sobre o Brasil. De certo modo, a definição de “escritor português mais brasileiro que existe” deixa-me muito orgulhoso. Eu amo o Brasil, sem dúvida. Quando, um dia, puder visitar o Brasil gostaria imenso de conhecer a zona interior, o Sertão: fascina-me a cultura e a história dessa região.

10.  Deixe um recado a todos os leitores brasileiros.
Resposta: De um modo geral, o recado que deixaria aos leitores brasileiros era que continuassem a acarinhar os seus escritores, não apenas os consagrados, mas os mais jovens – como a minha amiga Fabiane Ribeiro – que lutam, e muito, diariamente para alcançar os seus objectivos. É na juventude que reside a esperança de um mundo melhor e, em termos literários, existem muitos e bons valores a despontar no Brasil.

Imagens de Pedro Silva e um de seus títulos publicados em nosso país:


Muito obrigada, Pedro. Sucesso sempre!!!

8 comentários:

Nenhum disse...

Ótima entrevista, Fabi. Nunca li nada dele, mas parece um bom autor.
Gostei quando ele contou como começou, que era tímido e ai escrevia.
Parabéns pelo post!
Beijos

Mandy disse...

que entrevista maravilhosa Fabiane!
Não conhecia o autor, mas os livros dele parecem ser bons.

BjO
http://the-sook.blogspot.com.br/

Sandra Leonardi disse...

Oi Fabiane, gostei da entrevista feita por você, a esse escritor português, muito bom mesmo...bjs.. e vá em frente tem tudo para dar certo..!!!!

Francielle Couto Santos disse...

Olá!

Que entrevista interessante, Fabi! Muito bacana mesmo. É sempre bom conhecermos melhor os autores e suas obras. ;) Adorei!

Um abraço!
http://universoliterario.blogspot.com/

escutaessa.blogspot.com disse...

Gostei bastante da entrevista.
É sempre bem interessante sabermos um pouco mais sobre o autor e sua carreira.
Parabéns.
Beijinhos
Renata
http://escutaessa.blogspot.com.br
http://www.facebook.com/BlogEscutaEssa
@blogescutaessa

Fabiane Ribeiro disse...

Oi queridos!
Muito obrigada pelos comentários, fico feliz que estejam curtindo a entrevista.
É sempre bom conhecermos mais sobre os autores, ainda mais quando podem nos trazer tantas experiências culturais como nosso prezado Pedro Silva.

Um beijo!!

Anônimo disse...

Boa noite.

Obrigado a todas pelo interesse na leitura da minha entrevista. E parabéns à amiga Fabiane pelo excelente blogue literário.

Um abraço,
Pedro Silva

Fabiane Ribeiro disse...

Oi Pedro!!!

Eu que agradeço pela entrevista e pelo carisma de sempre!!!

Beijos,
Fabiane

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